Organizado por: Tarciso Rodrigues Martins

CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE HIDROLÂNDIA


Localização e Acesso

O município de Hidrolândia situa-se na porção noroeste do estado do Ceará, limitando-se com os municípios de Ipueiras, Varjota, Nova Russas, Pires Ferreira, Santa Quitéria e Catunda. Compreende uma área de 764 km2, localizada nas cartas topográficas Ipu (Folha SB.24-V-A-III), Santa Quitéria (Folha SB.24-V-B-I), Ipueiras (Folha SB.24-V-A-VI) e Tamboril (Folha SB.24-V-B-IV).
O acesso ao município, a partir de Fortaleza, pode ser feito através da estrada Fortaleza/Canindé/Santa Quitéria e sede municipal ou pela BR-222 até Sobral e, em seguida, até a vila de Aprazível num total de 250 km. Desse local, por estrada estadual atinge-se a cidade de Cariré, logo em seguida, Varjota, Ipu e sede do município. Demais vilas, lugarejos, sítios e fazendas do município estão interligados por estradas carroçáveis, as quais permitem franco deslocamento durante todo o ano.

Aspectos Socioeconômicos

O município apresenta um quadro socioeconômico empobrecido, castigado pela irregularidade das chuvas. A população, em 1993, era de 17.941 habitantes, com maior concentração na zona rural. Atualmente esse quadro foi investido, com concentração urbana maior que a rural. Hidrolândia tem uma população de 18.534 habitantes em 2007. No Censo de 2000, foram contabilizados 17.687, enquanto no de 1999 a população era de 17.900, o que sugere um crescimento negativo anual de – 0,14%. Destes 8.779 são homens e 8.908 mulheres.
A população urbana se ampliou de 6.763 em 1991, para 9.122 em 2000 e a rural decaiu de 11.137 para 8.565. Esses números indicam que a taxa de urbanização é de 36,51%.
A sede do município dispõe de abastecimento de água (CAGECE), entretanto ainda não há sistema de tratamento de esgoto. O fornecimento de energia elétrica é prestado pela Companhia Energética do Ceará (COELCE), serviço telefônico fixo (OI) recentemente foi instalado o serviço de telefonia móvel 2008 ( CLARO) 2009(TIM), agência de correios e telégrafos (EBCT), serviço bancário (Banco do Brasil e Bradesco) hospitais ( Hospital Maternidade Doutor Luiz Gonzaga Mota ), hotéis e ensino nos níveis fundamental e médio.
O Desenvolvimento Rural

O Setor mais expressivo da economia municipal é a agropecuária.
Dados coletados junto ao INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, resultante das estatísticas cadastrais de 1998, trazem o número de 701 imóveis, com uma área total de 61.490,9 hectares em que se pratica exploração agropecuária. Esta mesma fonte discrimina a seguinte distribuição agrária em Hidrolândia:

Tabela 3: Distribuição Agrária em Hidrolândia
Categorias Número de
imóveis Área que ocupam (ha)
De 1 a menos de 10 Ha 47 286,8
De 10 a menos de 50 Ha 305 9.033,9
De 50 a menos que 100 Há 194 13.565
De 100 a menos que 200 Ha 93 12.397
De 200 a menos que 500 Ha 49 14.165,1
De 500 a menos que 1000 Ha 11 6.975,2
Acima de 1000 Ha 2 5.067
FONTE: INCRA – Estatísticas cadastrais, 1998.

Os cadastros do INCRA apresentam também a seguinte categorização dos imóveis:

Tabela 4: Categorização dos imóveis rurais em Hidrolândia
Categorias Número de Imóveis Área Total (ha)
Minifúndio 352 9.320,7
Pequena 292 26.962,9
Média 66 20.140,3
Grande 2 5.067
FONTE: INCRA – Estatísticas cadastrais, 1998.

Na agricultura basicamente se explora um modelo extensivo, pouco incorporador de tecnologias e insumos e efetivada, sobretudo, no período das chuvas ou em algumas áreas úmidas. São plantadas as culturas de milho, feijão, arroz, cana-de-açúcar, banana, batata doce, melancia, caju e algodão. Na extração vegetal temos madeiras – lenha.
Na pecuária, predomina a criação de ovinos de corte. Segundo o Censo Agropecuário IBGE – 2002, o efetivo do rebanho de ovino era de 16.744 cabeças. Em seguida vinha o rebanho bovino com 7.812 cabeças, caprino com 4.599 cabeças e suíno com 3.703 cabeças. Contatava-se com um plantel de galinhas, criadas principalmente para consumo familiar de 14.100 cabeças.
Hoje existe uma fonte de renda no município advinda da piscicultura que é explorada extensivamente nos reservatórios públicos Araras e Salgado e em outros açudes de pequeno e médio porte. Também pode ser destacada a produção de Mel de Abelha na região da Ilha Ezaú e Tubiba.
Em Hidrolândia só existe uma agro-indústria para beneficiamento da mandioca, a mesma fica na comunidade Santana.
Depois da agropecuária, como atividade econômica, vem o comércio, que em 2001, segundo o IBGE, contava com 247 empresas.






Aspectos Fisiográficos

Conforme dados do IPLANCE (1997) e da SRH-CE (Secretaria dos Recursos Hídricos do Ceará 1992), o município de Hidrolândia registra temperaturas médias entre 19 oC, nos meses invernosos, e 29 oC no verão, tendo precipitações pluviométricas em torno dos 900 mm anuais.
O relevo é o de formas suaves ligeiramente aplainadas, correspondente à superfície de aplainamento do Cenozóico (Depressão Sertaneja), e as altitudes são variáveis desde os 100 aos 400 metros. Na região são registrados solos bruno não-cálcicos e litólicos, que sustentam a vegetação de caatinga arbustiva aberta, até manchas de caatinga mais arbórea, a floresta espinhosa.
O município de Hidrolândia apresenta um quadro geológico simples, observando-se um predomínio de rochas do embasamento cristalino de idade pré-cambriana, representadas por gnaisses, granitos e migmatitos diversos. Sobre esse substrato, repousam coberturas aluvionares, de idade quaternária, encontradas ao longo dos principais cursos d’água que drenam o município.


RECURSOS HÍDRICOS
Águas Superficiais
O município de Hidrolândia está totalmente inserido na bacia hidrográfica do Acaraú, e tem como drenagens de expressão o rio Feitosa e os riachos Mulungu, São José, Salgado e dos Macacos. O principal reservatório de água superficial é o açude Paulo Sarasate (ARARAS), com capacidade de acumulação da ordem de 1.000.000.000 m3, o qual, juntamente com um poço amazonas, é utilizado pela CAGECE para abastecer 95% da população da sede do município.

Bacias Hidrográficas do Ceará























Águas Subterrâneas
No município de Hidrolândia pode-se distinguir dois domínios hidrogeológicos distintos: rochas cristalinas e depósitos aluvionares.
Os depósitos aluviais são muito retrabalhados e mutáveis devido à erosão fluvial. Depositados durante as secas ou nos locais de remansos quando cai a energia da corrente do rio, vão ser, em seguida, erodidos pela força da água da cheia ou pela mudança do curso do rio. Normalmente são depósitos clásticos mal classificados e mal selecionados, de cascalho, areias e lamas, podendo ocorrer depósitos de blocos maiores, às vezes bem arredondados nas regiões elevadas das cabeceiras com maior energia fluvial.
Apresentam maior desenvolvimento nas planícies de inundação, com lamas (silte e argilas) por extensas áreas, e em sopés de montanhas como leques aluviais, com depósitos comuns de fanglomerados e areias associados que atingem boa expressão areal e grandes espessuras. Os depósitos aluvionares, normalmente muito férteis para a agricultura, tem sido fator da maior importância para o desenvolvimento das sociedades humanas.
As rochas cristalinas predominam totalmente na área e representam o que é denominado comumente de “aqüífero fissural”. Como basicamente não existe uma porosidade primária nesse tipo de rocha, a ocorrência da água subterrânea é condicionada por uma porosidade secundária representada por fraturas e fendas, o que se traduz por reservatórios aleatórios, descontínuos e de pequena extensão. Dentro deste contexto, em geral, as vazões produzidas por poços são pequenas e a água, em função da falta de circulação e dos efeitos do clima semi-árido é, na maior parte das vezes, salinizada. Essas condições atribuem um potencial hidrogeológicos baixo para as rochas cristalinas sem, no entanto, diminuir sua importância como alternativa de abastecimento em casos de pequenas comunidades ou como reserva estratégica em períodos prolongados de estiagem.
Os depósitos aluvionares são representados por sedimentos areno-argilosos recentes, que ocorrem margeando as calhas dos principais rios e riachos que drenam a região, e apresentam, em geral, uma boa alternativa como manancial, tendo uma importância relativa alta do ponto de vista hidrogeológicos, principalmente em regiões semi-áridas com predomínio de rochas cristalinas. Normalmente, a alta permeabilidade dos termos arenosos compensa as pequenas espessuras, produzindo vazões significativas.

Diagnóstico Atual da Explotação
(A explotação consiste em se tirar proveito econômico de determinada área, sobretudo quanto aos recursos naturais nela existentes).

O levantamento realizado no município de Hidrolândia registrou a presença de 74 poços, dos quais 72 do tipo tubular profundo (25 públicos e 47 privados) e 2 do tipo amazonas .
Com relação à distribuição desses poços por domínios hidrogeológicos, verificou-se que todos os poços tubulares encontra-se em rochas cristalinas, enquanto os poços tipo amazonas estão ao longo de aluviões.
A situação atual dessas obras, levando em conta, ainda, seu caráter público ou privado e o tipo de poço é apresentada no quadro abaixo,considerando que os 2 poços amazonas existentes estão em uso.
Situação atual dos poços cadastrados

PÚBLICO
Tipo de Poço Abandonado Desativado Em Uso Não Instalado
Poço Tubular - 3 19 3
PRIVADO
Tipo de Poço Abandonado Desativado Em Uso Não Instalado
Poço Amazonas - - 2 -
Poço Tubular 6 6 31 4

Fonte - Programa de Recenseamento de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea no Estado do Ceará DIAGNÓSTICO DO MUNICÍPIO DE HIDROLÂNDIA

Histórico do Município

Ano de Criação - 1957
Lei de Criação - Dec. 3.995
Toponímia - Em virtude da existência na região de águas medicinais e sulfurosas
Gentílico – Hidrolandense
Área – 966,57 Km2
Distância da Capital em linha reta: 221 km
Distância por Rodovia: 247 km.
Era povoado do município de Santa Quitéria, com a denominação de Cajazeiras e mais tarde Cajazeiras dos Timbós, criado pela lei nº 2005, de 06 de outubro de 1882. É elevado à categoria de município pelo decreto lei nº 3995, de 27 de dezembro de 1957, sendo instalado em 07 de junho de 1958 e tomando a designação do rio que o corta, o Batoque, afluente do Macacos, entre tributário do Acaraú. O decreto lei nº 1114, de 30 de dezembro de 1943, deu-lhe esse nome, mudado para o atual pela lei 8299, de 05 de novembro de 1965, publicada no Diário Oficial do Governo do Estado, edição do dia 29 do mesmo mês.
Lexicamente, Batoque é folha grossa com que se tapa o orifício da parte superior da pipa ou tonel; ou ainda, pequena peça de madeira roliça, usada pelos índios, como adorno, no lábio inferior. O topônimo atual, de formação erudita, foi adotado pela lei nº 8296, de 25 de novembro de 1965, tendo como objetivo lembrar a presença na região de águas medicinais magnesianas e sulfurosas e objetivo de grande afluência de pessoas interessadas na cura, por meio delas, de doenças sérias. A mudança do topônimo fez-se com movimentada solenidade na sede do município, do dia 05 de dezembro do referido ano de 1965.
Credita-se autonomia do município aos esforços de Abdoral Timbó e do Deputado Federal José Haroldo Magalhães Martins. O seu primeiro prefeito eleito através do direto foi Pedro Correia Filho.
As primeiras manifestações de apoio eclesial provêm de doações patrimoniais cujos ofertastes constam como sendo os irmãos Luis, João e Antônio Ferreira de Sousa e a ter como bens ofertados de 300 braças de terras, localizadas exatamente onde deveria ser edificada a primitiva capela. A edificação desse templo teve como responsável João Antônio de Paiva.
A igreja local foi construída por Antônio de Paiva e colaboradores os irmãos Luís, João e Antônio Ferreira de Sousa. Grande parte do município, notadamente nos seus limites norte, é favorecida pelo o grande açude público Araras, construído em 1958, com capacidade pra armazenar 1.000.000.000 m3 de água cuja barragem com a extensão de 250 metros está localizada no vizinho município de Reriutaba. Quando ainda com o nome de Cajazeiras, passou em virtude do Ato de 23 de setembro de 1903, a integrar o novo município de Entre – Rios, criado pelo dec. nº 52, de 29 de agosto de 1890, o qual foi extinto pela lei nº 1794, de 09 de outubro de 1920, voltando o distrito ao seu estado primitivo, isto é passando a pertencer novamente ao município de Santa Quitéria.
Origem do Topônimo: Originário do Rio de mesmo nome.
Formação Administrativa: Distrito criado com a denominação de Cajazeiras, pela lei provincial nº 2005, de 06-09-1882, e por ato estadual de 23-09-1903. Subordinado ao município de Entre Rios (atualmente é o distrito de Macaraú, pertencente ao Município de Santa Quitéria).
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o distrito de Cajazeiras, figura no município de Entre Rios. Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o distrito de Cajazeiras, aparece no município de Santa Quitéria, pois o município de Entre Rios foi extinto. Assim permanecendo em divisões territoriais datadas de 31-12-1936 e 31-12-1937. Pelo decreto-lei estadual nº 1114, de 30-12-1943, o distrito de Cajazeiras passou a denominar-se Batoque. Em divisão territorial datada de 01-07-1950, o município já denominado Batoque figura no município de Santa Quitéria. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 01-07-1955.
Elevado à categoria de município com a denominação de Batoque, pela lei estadual nº 3995, de 27-10-1957, desmembrado de Santa Quitéria e Ipu. Sede no antigo distrito de Batoque. Constituído de 02(dois) distritos: Batoque e Irajá. Desmembrado de Ipu. Instalado em 07-06-1958.
Em divisão territorial datada de 01-07-1960, o município é constituído de 02(dois) distritos: Batoque e Irajá. Pela lei estadual nº 6688, de 18-10-1963, desmembra do município de Batoque o distrito de Irajá. Elevado à categoria de município. Pela lei estadual nº 6816, de 04-12-1963, é criado o distrito de Betânia e anexado ao município de Batoque. Pela lei estadual nº 7400, de 31-12-1963, é criado o distrito de Conceição e anexado ao município de Batoque. Em divisão territorial datada de 31-12-1963, o município é constituído de 03(três) distritos: Batoque, Betânia e Conceição. Pela lei estadual nº 8299, de 25-11-1965, o município de Batoque passou a denominar-se Hidrolândia. Pela lei estadual nº 8339, de 14-12-1965, o município já denominado Hidrolândia adquiriu o extinto município de Irajá, pois o mesmo foi criado e não instalado. Em divisão territorial datada de 31-12-1968, o município é constituído de 04(quatro) distritos: Hidrolândia, Betânia, Conceição e Irajá. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2005.
Alterações toponímicas municipais: Cajazeiras para Batoque alterado, pelo decreto-lei estadual nº 1114, de 30-12-1943. Batoque para Hidrolândia alterado, pela lei estadual nº 8299, de 25-11-1965.
Fonte: IBGE
O município de Hidrolândia está totalmente inserido na bacia hidrográfica do Acaraú, e tem como drenagens de expressão o rio Feitosa e os riachos Mulungu, São José, Salgado e dos Macacos.
Hidrolândia situa-se na porção noroeste do estado do Ceará limitando-se com os municípios ao Norte: Santa Quitéria; Sul: Nova Russas; Leste: Santa Quitéria; Oeste: Ipu, Pires Ferreira e Varjota.
O município de Hidrolândia apresenta um quadro geológico simples, observando-se um predomínio de rochas do embasamento cristalino de idade pré-cambriana, representadas por gnaisses, granitos e migmatitos diversos. Sobre esse substrato, repousam coberturas aluvionares, de idade quaternária, encontradas ao longo dos principais cursos d'água que drenam o município.
Na região são registrados solos bruno não-cálcicos e litólicos, que sustentam a vegetação de caatinga arbustiva aberta, até manchas de caatinga mais arbórea, a floresta espinhosa.
O relevo é o de formas suaves ligeiramente aplainadas, correspondente à superfície de aplainamento do Cenozóico (Depressão Sertaneja), e as altitudes são variáveis desde os 100 aos 400 metros. Há várias serras nas áreas do Município, sendo as mais importantes, Vermelha e Veada. (Fonte: cprm.gov.br)

A formação se origina de uma Fazenda, então denominada Cajazeiras, em alusão a uma frondosa árvore frutífera que ficava plantada defronte a casa sede da propriedade rural. No ano de 1876 foi construída uma capela sob as bênçãos de Nossa Senhora da Conceição, o que propiciou e edificação de várias casas, dando origem a um vilarejo. A sede do município é banhada pejo Rio Batoque, tendo recebido inicialmente a referida denominação, qual seja: BATOQUE• Posteriormente devido à acentuada presença de enxofre e magnésio em seu subsolo, tomou suas águas sulfurosas motivo de atração onde levas populacionais de vários estados da nação vinham em busca de reputadas curas para doenças de pele. Mediante o fato de grande repercussão positiva, motivou as autoridades locais lideradas pelo Sr. Basílio Mesquita Pereira, em 25/11/1965, através da lei: 8.299 a modificarem o nome do Município para HIDROLÂNDIA.
Em 23 de setembro de 1903 foi galgada a condição de vila do município de Santa Quitéria-Ce, com o nome de Cajazeiras dos Timbós. Posteriormente em 20 de dezembro de 1938 o povoado foi conduzido à elevação de Distrito, que em 30 de dezembro de 1943 teve seu nome modificado para Batoque, em referência ao rio que banha a sede do distrito.
O distrito foi elevado a município, através da lei 3.995 de 27 de dezembro de 1957 com a denominação de Batoque. Somente em 25 de novembro de 1965 ocorreu a mudança do nome para Hidrolândia.
A escolha do nome Hidrolândia, como já foi explicada anteriormente advém do fato de que na segunda metade da década de 50, através da perfuração de um poço artesiano, se descobriu uma água que tinha em sua composição química uma forte quantidade de sulfa, enxofre e magnésio, portando assim propriedades com comprovado poder curativo de doenças estomacais e dermatológicas. Na época a divulgação desta descoberta foi para além dos limites de nosso município e se acentuaram as visitas de pessoas de várias localidades para ter acesso à água descoberta, logo considerada popularmente como “água milagrosa”. Milhares de pessoas passaram a vir a nossa cidade para banhar-se nestas águas, tomando contornos de verdadeiras romarias. Este fenômeno foi que o fez com que políticos locais e estaduais decidissem mudar o nome da para Hidrolândia – a cidade das águas sulfurosas.
Atualmente no município existem 03 distritos, Irajá, criado em 1951(Já foi denominado de Fortuna através da Lei: 1.153 de 22/11/1951 quando pertencia ao município de Ipu. Chegou a ser promovido a município sob Lei: 6.688 de 18/10/1963 e extinto pela Lei: 8.339 de 14/12/1965, antes de ser instalado. Também foi denominado de Frade, Irajá é uma palavra indígena derivada de IRA-abelha- + YA-lugar onde há mel=favo de Mel), está há 11 quilômetros da sede, Betânia, em 1963, há 20 quilômetros e Conceição, em 1963, há 31 quilômetros. Conta ainda com as Vilas de Riacho Verde e Santa Tereza do Silvino, respectivamente há 21 e 32 quilômetros.
ASPECTOS POPULACONAIS

Hidrolândia tem uma população de 18.534 habitantes, população estimada em 2007. No Censo de 2000, foram contabilizados 17.687, enquanto no de 1999 a população era de 17.900, o que sugere um crescimento negativo anual de – 0,14%. Destes 8.779 são homens e 8.908 mulheres.
A população urbana se ampliou de 6.763 em 1991, para 9.122 em 2000 e a rural decaiu de 11.137 para 8.565. Esses números indicam que a taxa de urbanização é de 36,51%.

ASPECTOS TURÍSTICOS

Principais Pontos Turísticos Naturais
Rio Acaraú, Riachos Mulungu, Salgados e Feitosa, Açudes: Paulo Sarasate ou Araras; Serra do Ribeiro
EVENTOS

08 de dezembro - Festa da Padroeira - Nossa Senhora da Conceição, momento que todos filhos de Hidrolândia voltam a sua terra natal para assistirem a celebração da missa, e participar das quermesses e do grande leilão que acontece logo após a Missa na praça da Igreja Nossa Senhora da Conceição.

Em agosto no distrito de Irajá acontece a Festa do Padroeiro que São Raimundo Nonato, ocasião em o que lugar recebe um grande número de fieis para os festejos.

No Mês de outubro acontecem os festejos religiosos do Distrito de Betânia que tem como Padroeiro São Francisco das Chagas.

Desde de 2004 ,que no mês de julho, há no município de Hidrolândia o Festival de Quadrilhas XIQUE-XIQUE, que atrai milhares de pessoas para esse evento da cultura regional, principalmente dos municípios vizinhos que geralmente trazem suas quadrilhas para participar dos eventos

Importante são as vaquejadas que acontecem durante ano em várias regiões do Município, com destaque para a Grande Vaquejada de Betânia e a Vaquejada do Parque Linhares entre outras.

CONTEXTUALIZANDO A CIDADE NO BRASIL (1950-1960): UMA HISTÓRIA DAS IDÉIAS.
A visão no final da década de 50 que rondava os gabinetes do alto escalão da política brasileira, não seriam apenas idéias voltadas para a modernização do Brasil a partir do ideário europeu do século XX, mas, sobremaneira, como forma de legitimar e, de certa forma, implantar um sistema social, político e econômico voltado para a industrialização do mundo latino e, nisto, acompanhar e atender a tendência capitalista reinante no ocidente representaria um foco de existência neste mundo, no sentido de o Brasil se inserir neste contexto.
A explicação de que a cidade de Hidrolândia, outrora cidade de Batoque, nome este que veio a substituir Cajazeiras no final da década de 50, surgiu aos arredores um grande pé-de-cajá, repousa num grande universo cosmogônico, e esta mesma explicação vem a se apresentar como uma visão romântica do ‘surgimento’ de uma cidade, que tendo surgido em meio a uma efervescência histórica pela qual passa o País, pois estávamos em pleno período de desenvolvimento industrial.

Inauguração da Luz, gestão de Basílio Mesquita

Nesse cenário a Região Sudeste desponta como carro chefe desse desenvolvimento, enquanto a Região Nordeste vai servir ao interesse dos políticos locais que procuram de todas as maneiras não perderem seu prestígio a nível nacional, nesse sentido procuram de toda maneira trazem benefícios aos municípios, para que em troca continuem com o poder político legitimado através do voto.

CONTEXTUALIZANDO A CIDADE NO BRASIL (1930-1950): UMA HISTÓRIA DAS IDÉIAS

O Brasil durante a República Velha (1889-1930) passou por diversas mudanças e estas mesmas mudanças, soando como profundas transformações assumiram uma dimensão mais ampla na República Nova, ou seja, a partir de 1930, na chama da Era Vargas. Em poucas palavras, estas transformações resumem-se na questão da industrialização brasileira e sua imensa gama de efeitos. O Brasil mergulhava mais uma vez numa busca de identidade.
A concepção agrária trazida pelo espaço campestre que o Brasil exalava já não mais representava o devido ‘valor’ no então mundo industrial.
Neste contexto, o sentimento urbano caíra como uma luva neste mundo de tendências nacionais vigentes e, nesse momento, uma re-leitura das cidades enquanto locais de aglomerações sociais, visando o melhor modo de o Brasil se ‘identificar’ neste mundo industrial foi uma necessidade.
Por excelência, a sociedade teria que ser cada vez mais urbana, em contra partida à sociedade rural, nisto, esta urbanização encontraria sua realização no espaço citadino, lugar de aglomerações sociais, lugar onde tudo se realizava, o lugar das coisas modernas.

A mobilização desta campanha de constituição das cidades de um ponto de vista mais urbano se deu gradativamente a partir de 1930, aliada a uma série de fatores dentre estes, a abolição da autonomia estatal por parte do governo federal, que restou, sobremaneira, na dissolução do poderio das oligarquias locais, estas rurais por excelência, e com isso horizontalizando e hegeimonizando as idéias atreladas ao contexto citadino e urbano. (SINGER, Paul. Economia política da urbanização. São Paulo, Brasiliense, 1973. p.122).

Igreja Matriz de Hidrolândia


Num documento encontrado na Câmara Municipal de Hidrolândia, datado de 1943, o Sr. João Antonio de Paiva, pessoa “influente” na Vila Cajazeiras, por ocasião da elevação desta à categoria de distrito do município de Santa Quitéria (Lei Estadual nº 1.114 de 30 de dezembro de 1943).
O mesmo apresentou a Vila de Cajazeiras, vila esta que viria ser o município de Batoque em 1957 e futuramente teria seu nome mudado para Hidrolândia, como fruto de uma fazenda que chamava a atenção pela imensa árvore de cajá que lá se encontrava. O mesmo Sr. João Antonio de Paiva dizia:

“A Vila de Cajazeiras originou-se de uma fazenda chamada Cajazeiras, onde de longe se via um frondoso pé de cajá, o qual servia de abrigo para os andantes que ali passavam...” (1943 idem).

A fala de João Antonio de Paiva é bem sugestiva e bem nos lembra o ar campestre, soa tão bem que chega aos ouvidos da sociedade como uma música que faz lembrar do passado, do ar puro do campo, da simplicidade, da cultura agrária, etc.
Foi justamente este sentimento que a ideologia industrial procurou combater quando do processo de construção das cidades como lugar urbano, pois era necessário implantar um novo sistema político administrativo, que fosse condizente com a nova realidade pela qual o país passava no momento.
Assim em 1957 quando Hidrolândia se emancipa, melhor dizendo, quando o distrito de Cajazeiras se emancipa, tendo em vista a lei estadual 3.995 de 27 de dezembro de 1957, este passa a se chamar Batoque. Assim fala Luis Camelo Sobrinho num ofício enviando à Câmara Municipal de Batoque em 1958:

“Em 1957, o município de Batoque foi emancipado passando a município através da Lei nº 3.995, de 27/12/1957, sendo desmenbrado uma parte de Santa Quitéria e outra parte de Ipu, formando três distritos: Irajá, Betânia e Conceição, com uma área de 964 Km2, limitando-se ao norte com a cidade de Varjota, ao sul com as cidades de Tamboril e Nova Russas, ao leste com a cidade de Santa Quitéria e ao oeste com as cidades de Ipu e Ipueiras.” (Ofício destinado ao Presidente da Câmara Municipal de Batoque, 1958, 05/02/1958).

Podemos observar que o ideal de ruptura com o sentimento e modelo campestre e, por tabela, agrário, já se apresentava no final da década de 50 em Hidrolândia, quando a herança da fazenda Cajazeiras não poderia mis resplandecer na ‘nova’ cidade que surgia, nem sequer no nome desta.
Ao que se refere ao campo em oposição à cidade, Raymond Williams nos esclarece:
“O campo passou a ser associado a uma forma natural de vida de paz, inocência e virtude simples. À cidade associa-se a idéia de centro de realizações e saber, comunicação e luz.” (WILLIAMS, Raymond. O campo e a cidade: na história e na literatura. São Paulo: Companhia das Letras, 1990. pp.124.)
Diante desta necessidade de se construir um espaço citadino por excelência, é que na década de 60 e 70, elementos especiais agiram de forma concreta na realidade de Batoque (Hidrolândia) tais como os legados de modernização e progresso, verdadeiras molas propulsoras de um sentimento, de uma idéia, que atendia aos fomentos ideológicos nacionais e mais ainda a “necessidades” globais.
Assim, as idéias começam a permear o contexto Hidrolandense e transformar este espaço antes campestre num espaço citadino, isso implica em dizer que a cidade de Batoque, então recentemente emancipada, de fato agora carregaria o nome de município e, por conseguinte, cidade e, nisto, teria que se compor como tal, apresentar características inerentes unicamente a esta.
A cidade passava assim a sofrer gradativamente um processo de transformação em seu espaço, para substituir o aspecto rural pelo urbano, com novas edificações que os legitimavam como uma “verdadeira cidade” que deveria ser com ruas sendo iluminadas e pavimentadas.
A máquina construtora da cidade, no caso de Hidrolândia, elegeu o discurso modernizador elemento promotor da confecção do espaço citadino. A modernidade atrelada às concepções de urbanização e progresso direcionará o sentimento social, procurando sair da abstração, vai concretizar o novo sentimento brasileiro e, agora, legitimar as sociedades citadinas. Nisto, Hidrolândia vai se inserir neste processo de “adequação” a realidade vigente tendo como base políticas específicas da época, discursos de progresso como fator da modernidade, construção de lugares próprios de uma cidade.
Destaque-se que, neste momento, a modernidade aqui apresentada não aquela do século XIX, de cunho europeu, mas sim uma concepção abstrata que vai se inserir como elemento justificador e construtor de um lugar social.
Pode-se dizer que Hidrolândia surgiu desse discurso de desenvolvimento urbano, mas não podemos esquecer que foi principalmente pela vontade de pessoas do local mesmo com aspectos rurais que ousaram transformar e construir um lugar melhor que chamamos de Hidrolândia, TERRA DAS ÁGUAS SULFUROSAS.

PREFEITOS MUNICIPAIS
1- LUIZ CAMÊLO SOBRINHO (Caboclinho) - foi nomeado Prefeito, tendo gerido os destinos do município durante o período de 28.12.1957 a 25.03.1959.
A gestão foi marcada pela estruturação administrativa do munido.
2- PEDRO CORREIA FILHO - 25.03. 19~9 a 25.03.1963. . Vice-Prefeito: Francisco Costa Martins( Chico Biluca).
Na citada administração foi dado continuidade a estruturação do Poder Executivo.

3- ANTONIO RÊGO FILHO - 25.03.1963 a 25.03.1965.
Vice-Prefeito: Antenor Camêlo Timbó.
Uma incompatibilidade política entre os administradores municipais, e o Deputado.. Estadual Haroldo Martins travou o desempenho da gestão aludida ocasionando a renuncia dos mesmos.

4- SEBASTIÃO JOSINO MARTINS - 25.03.1965 a 01.01.1967. Assumiu o mandato por ser presidente da Câmara Municipal, amparado na renuncia do Prefeito e do Vice.
5- BASÍLIO MESQUITA' PEREIRA - 01.01.1967 a 25.03.1971.
Vice-Prefeito: José Bezerra Sobrinho.
Foi uma gestão marcada pelo progresso onde foram edificadas várias escolas, os prédios da Prefeitura, Câmara Municipal e Cadeia Pública. Também foi instalado o conglomerado turístico religioso no poço das águas sulfurosas, a eletrificação de Paulo Afonso na Sede do Município e a pavimentação em pedra tosca nas ruas da• sede e distrito de lrajá.
6- JOÃO PAIVA RODRIGUES (JoãoBenício)-25.03.1971201.01.1973.
Vice-Prefeito: Luiz Martins Paiva (Luiz Mimoso).
Foi implantado o MOBRAL, e construídas escolas rurais.
7- WILSON PEREIRA MARTINS - 01.01.1973 a 01.01.1977.
Vice-Prefeito: Expedito Pereira de Sousa.
Foi concluído o Mercado Público e abertas estradas vicinais.
8- JOSÉ PEREIRA DE MESQUITA (Cícero Simão)-01.01.1977 a 01.01.1983.
Vice-Prefeito: Miguel Arcanjo Torres Martins.
A construção do Hospital Municipal marcou a referida administração, como também a edificação do Centro Educacional Olcino Pereira de Sousa, e a construção do Centro Comunitário na sede do município.
9- FRANCISCO WALTER LIMA MARINHO-01.01.1983 a 01.01,1989.
Vice-Prefeito: Plácido Martins Torres
Foi uma administração renovadora, onde obras marcantes foram construídas, tais como:
Praça da Matriz, Escola Adail Freitas Marinho, Quadra Poli esportiva, Escolas Rurais, com pavimentação na sede e nos distritos.
10- ANTONIO AFRÂNIO MARTINS MESQUITA - 01.01.1989 a 01.01.1993.
Vice-Prcfeito: Francisco Gomes de Farias.
Marcou a administração a implantação do Sistema de Abastecimento d'Água na sede e Irajá, a construção do Estádio de Futebol e inúmeras obras hídricas(açudes, poços c cacimbães).

11 - FRANCISCO WALTER LIMA MARINHO-01.01.1993 a 01.01.1997.
Vice-Prefeito: Dr. Raimundo Pereira Martins.
Marcou a administração, a construção do Hospital de Irajá, a Praça de lrajá, e a drenagem através de canais das águas dos esgotos na sede do município.

12- LUIZ ANTONIO DE FARIAS - 01.01.1997 a 01.01.2000.
Vice-Prefeito: Alberto Soares Pontes (Alberto Balacó). Mandato marcado por agressões físicas cometidas pelo próprio prefeito aos munícipes e por ameaças como se pôde constatar noticias da imprensa estadual e nacional, mesmo assim o Prefeito foi reeleito.

13- LUIZ ANTONIO DE FARIAS - 01.01. 1997 a 25.06.2004
Vice-prefeito: José Edmar Alves Rodrigues.
Foi uma administração conturbada, sendo a mesma marcada por desmandos administrativos e farra com o dinheiro público, tendo inclusive todas as contas públicas de seu mandato desaprovadas pelo TCM, motivando a sua cassação pela justiça.

14- CARLOS ANTONIO MARTINS - 25.06.2004 a 01.01.2004.
Assumiu o mandato com o afastamento do prefeito cassado, e por ter sido o 2º mais votado na referida eleição.
Ficou registrada a sua administração a ampliação da Rua 27 de Dezembro. Mas também pelos desmandos administrativos que ocorreram em seu curto mandato, também teve suas contas desaprovadas pelo TCM (Tribunal de Contas dos Municípios).

15- ANTONIO AFRÂNIO MARTINS MESQUITA - 01.01.2004 a 31.12.2008.
Sua Vice-Prefeita é a Dra. Geila Maria Martins.
Essa administração foi marcada pelo desenvolvimento nas áreas de educação, saúde e infra-instrutora, com a construção de escolas, postos de saúde e sistemas de abastecimento de água em várias localidades do município, bem como grandes investimentos no social. Prova disse é que o município pela primeira conseguiu ganhar o Selo UNICEF em 2006 e tornar-se bicampeão em 2008.


16- ANTONIO AFRÂNIO MARTINS MESQUITA – 01. 01.2009 a 31. 12 2012.
Vice. Expedito Cezário Martins (Galego)

O município de Hidrolândia na gestão do Sr. Prefeito Antônio Afrânio Martins Mesquita, juntamente com a Primeira Dama Flávia Sampaio Mesquita prioriza a Política de Assistência Social, Trabalho e Empreendedorismo - SASTE de Hidrolândia/CE tem o objetivo de garantir aos Hidrolandense o direito à família, à infância, à adolescência, à velhice, à inserção no mercado de trabalho, à reabilitação profissional, à inclusão digital e a integração comunitária e social. Sua missão é garantir os direitos e o acesso a bens e serviços aos cidadãos e grupos em situação de venerabilidade, por meio da formulação, execução e avaliação da política de assistência e desenvolvimento social através de parcerias. Por isso, caminha com a sociedade civil e organizações não-gorvenamentais no desenvolvimento de projetos e ações que visam atender as necessidades básicas da comunidade, buscando intersetorialidade com as demais secretarias, tendo conquistado vários prêmios, onde destacamos o Selo UNICEF Município Aprovado 2006/2008

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